Nascido em Honolulu/Havaí em 19 de março de 1931, Edmund Keahola Parker, 6º filho de Arthur e Eva Parker, projetou-a no cenário das artes marciais americanas tornando-se depois mundialmente conhecido a partir dos anos 60.
Durante o curso secundário no Kamehameha High School, o jovem Parker desenvolvera uma grande afinidade com os esportes de contato, como Boxe, Judô e Futebol Ameticano. Aos 16 anos de idade teve o primeiro contato com o Kenpo Karate através de Frank Chow – um colega da Igreja Mórmon – e passou a praticá-lo com o irmão deste, William Kwai Sum Chow.-
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Tratava-se de uma ramificação de Kenpo influenciada por James Mitose que introduzira a modalidade no Havaí em 1941. O sistema de Mitose era muito linear e Chow reintroduziu os movimentos circulares ao combinar o próprio estilo com o Kung Fu que seu pai lhe ensinara. Mas a arte que chegava até Ed Parker em um sistema ainda “cru” que necessitava ser refinado.
Aos 18 anos – já faixa-preta e treinando 7 dias por semana, Parker dizia à futura esposa Leilani estar convencido de que o Kenpo Karate que ele aperfeiçoara e continuaria aperfeiçoando, seria seu meio de vida e alcançaria o mundo todo.
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Em 1949, Parker deixava o Havaí para cursar a Brighan Young University (BYU), em Provo, Utah – USA. Graduou-se em 1956 (bacharelado em Sociologia e Psicologia). Serviu à Guarda Costeira por ocasião da guerra coreana e continuou a estudar com William Chow durante o serviço militar. Retornando a Utah, abriu um “Kenpo Club” na BYU e, embora ensinasse Kenpo também em outros locais, foi pioneiro em fazê-lo a nível universitário.
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Parker casou-se com Leilani Yap em 28 de dezembro de 1954, em Salt Lake City. Tiveram 5 filhos que lhes dariam 14 netos, formando uma família que seria seu maior tesouro. Destes o único a ter destaque dentro do Kenpo, auto intitulado “Embaixador do Kenpo”.
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Em setembro de 1956, abria uma escola de Kenpo Karate em Passadena – que chamava de Karate Studio, referindo-se A palavra “Studio” como a um lugar de criatividade. Sempre enfrentando varias dificuldades, Parker ainda encontrava tempo para ensinar em Hollywood no Beverly Wilshire Health Club. Foi nessa poca, em 1960, na demonstração que deu no Beverly Wilshire Hotel que conheceu pessoalmente Elvis Presley, do qual se tornaria amigo e instrutor, alem de passar a consultor técnico de Karatê para séries como “Dangerous Robin”, “The Courtship of Eddie’s Father” e outras.-
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John MacSwceney e Rainer Schulte faixas-pretas formados por Parker – levaram seu Kenpo para a Irlanda e outras partes da Europa, A reputação de Parker crescia: em março de 1961 a revista “Time” referia-se a ele corno “o grande responsável pelo rápido crescimento do Karatê nos meios de Hollywood”. Elvis usava o emblema da International Kenpo Karate Association (criada em 1956 por Parker, mas oficializada em 1960 como IKKA) em sua guitarra e chegava a fazer movimentos de Kenpo em pleno palco.
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Parker vinha nutrindo boas amizades na comunidade Kung Fu de San Francisco … John MacSwceney um dos seus primeiros faixas-pretas – o acompanha- ra em numerosas ocasiões àquela cidade norte-americana. Os praticantes de Kung Fu gostavam de parker e Parker gostava dos sistemas chineses. Deste interesse nasceu sua amizade com Bruce Lee.
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Em 1959, após vários anos nos Estados Unidos. Parker voltava ao Havaí a intenção de levar William Chow consigo, a fim de trabalharem juntos, mas, diante da recusa de seu ex-instrutor, retornava só. William Chow guardava grande ressentimento pelo sucesso de Parker.
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Em 1963, lançava o livro “Secrets of Chinese Karate” – um livro tido na época com algo à frente do próprio tempo. Parker passava a ser tido, na comunidade das artes marciais, como uma espécie de “rebelde”: a individualidade que corporificava seu sistema, com ênfase à criatividade, enfurecia os tradicionalistas. Tornou-se “clássica”, por ocasião de um torneio de Karate Shotokan, a resposta dada a um jovem japonês faixa preta que lhe inquiria abruptamente. Por que você não é tradicionalista? “Por que você não ensina um sistema puro e Poe que não usa os termos japoneses?”: “0 que torna seu sistema puro e o meu não?”. O fundador do seu sistema estudou duas artes com dois diferentes mestres e as mesclou. Não há sistemas Puros de Karate. Quando as mãos nuas atingem a carne do adversário… isso é puro Karate!
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